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Mostrando postagens de 2018

Literatura e referencial teórico em PDF

Oii gente! demorei de fazer novas atualizações, mas antes tarde do que nunca não é mesmo rsrsrs então aqui tem mais literatura negra pra vocês, alguns dos livros tem a resenha que já fiz, coloquei uma quantidade bem maior de referencial teórico do que da outra vez, aproveitem.... Obras em pdf: Carolina Maria de Jesus - Provérbios Carolina Maria de Jesus - Casa de Alvenaria Carolina Maria de Jesus - Antologia Pessoal Carolina Maria de Jesus - Quarto de Despejo Carolina Maria de Jesus - Diário de Bitita Djamila Ribeiro - Quem tem medo do feminismo negro? Djamila Ribeiro - O que é lugar de fala? Scolastique Mukasonga - A Mulher de pés descalços Teresa Cárdenas - Cachorro velho Poéticas periféricas: novas vozes da poesia soteropolitana Opiniães - Revista dos alunos de Literatura Brasileira Lélia Gonzalez - Racismo e sexismo na cultura brasileira Abdias do Nascimento - Jornada Negro Libertária  Abdias do Nascimento - O genocídio do negro brasileiro Abdias d

Poéticas periféricas: novas vozes da poesia soteropolitana

Esse foi o primeiro livro de antologia poética da literatura periférica que li, li em pdf e em breve colocarei no blog para que vocês também tenham acesso. Alguns nomes quando li pela primeira vez reconheci, outros nomes na releitura que fui reconhecer como o nome de Amanda Quésia que conheci no livro O diferencial da favela: poesias e contos de quebrada. Isso só demonstra mais uma vez como essas iniciativas de produções são importantíssimas para a valorização dos jovens ou não tão jovens escritores e escritoras da periferia-favela-comunidade-quebrada. Desde que li uma sensação ficou em mim decorrente da leitura de todos os poemas que posso resumir o livro em duas palavras – resistência preta – isso porque a nossa resistência tem cor sim, a nossa cor ancestral, a nossa cor de luta, a nossa cor de realeza e beleza, não digo dessa resistência que surgiu após a eleição, mas digo da resistência que o povo preto sempre soube, que herdamos dos nossos vindos de África e que aprendemos a

O diferencial da favela: poesias e contos de quebrada

Estes autores fazem pulsar a vida em várias batidas, costumam as histórias de todo um povo, fazendo ponte entre o continente africano e a Sussuarana, entre e a diáspora, entre os que estão aqui e os ancestrais. Refazem a trajetória unindo duas histórias de um mesmo povo, o ontem e o hoje, através das palavras, através das histórias, através de cada poesia que modifica e amplifica o nosso mundo. Ser diferencial na quebrada é rejeitar o destino construído pela elite racista deste país e a família Sarau da Onça rejeita diariamente os rótulos construídos para o povo preto e constrói identidade a partir da ancestralidade. Talvez esta seja a missão do Sarau da Onça: reconstruir os caminhos e refazer a história da juventude negra das periferias. (Alaide Santana – Orelha do livro) O diferencial da favela é o segundo livro que leio que reúne poesias e contos de escritores da favela, escritores estes que produzem diariamente a literatura que dentro da literatura negra pode ser ainda in

As tranças de minha mãe

Em as tranças de minha mãe o narrador, o pequeno Akin, uma criança negra, cujo nome significa “guerreiro”, nos leva aos enlaces afetivos ao lado da mãe Najuma e, também, do pai, Amin. Tais tranças vão além da estética visual e nos remetem aos enlaces ancestrais, cujas raízes são de origens africanas. Trata-se, portanto, de um livro de extrema relevância, pois, suas páginas podem abrir caminhos para o leitor viajar a um universo inserido em significações e à afirmação identitária. Para saber mais, ah! Abra o livro e viaje! (Maria Oliveira - Sinopse) O livro Tranças é composto exclusivamente por narrativa do início ao fim, como no livro Bucala, a diferença é que em Tranças o narrador é Akin, uma criança que vai relatar como vê a sua mãe, e que em nenhum momento você duvida que seja realmente uma criança falando. O início e o final do livro com imagens iguais fazem parecer que Akin declarou tudo o que tem no livro para a sua mãe, que teceu muitos comparativos a beleza, as trança

Zanga

“Tem guerra possível de ganhar e tem umas que a luta permanecerá pelas gerações que irão lhe suceder. Ngunzu sabe que é importante os que já foram, como os que virão. A arma é de muzungos, mas a derrota nunca é nossa. Sempre lutamos, o tempo kitembu nos faz eternos, nos faz grandes lutadores (Bucala)” “O último O cheiro de pólvora ainda exala o fel da morte Os homens com fardas respingadas de sangues quentes Irão atirar em minha face Doze parceiros já tombaram Serei o último Seus sangues escorrem pela terra do campinho e umedecem o meu Joelho Penso em pipa e em minha coroa Olho para p rosto feroz do algoz Sinto a madrugada cabulosa E vejo um sol de aço crescer sobre minha cabeça (Laila e Joaquim)” Zanga é um livro de contos que vai misturando a ordem do tempo, nos levando ora pro passado e trazendo bruscamente pro presente, não conseguimos ficar na linearidade do tempo, seja por meio de um sonho que Ife vê Toni Morrison, ou seja por Bucala contando sua

Enegrescência - coletânea poética

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Esta antologia, em especial, denota muitas outras coletividades. É produto de um concurso literário, que contou com a participação de críticos e escritores na comissão de seleção, e contemplou poemas inéditos e afinados com a atuação do coletivo que o idealizou: o Projeto Enegrescência, voltado à divulgação das literaturas afro-brasileira e africanas, por meio da organização de saraus e autores. Com o sarau, o Enegrescência se soma a muitos outros espalhados nas periferias do país e consolida o modelo de recital regular como linguagem política de militantes das palavras, do direito à cultura e de artistas em busca de um lugar no mercado, além de ser utilizado por movimentos sociais de diferentes agendas por seu poder de mobilização. E com o acervo digital, o Enegrescência assume a importante tarefa de demonstrar que, mais do que uma tradição oral, as populações afrodescendentes produziram acúmulos e diversidades estéticas também na tradição escrita/literária, que só carecem de mais a

Zula, a guerreira

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Marcos Cajé que também é autor de outros livros, Afrocontos: ler e ouvir para transformar (Quarteto, 2014); lgbo e as princesas (Mondrongo, 2016), Amali e sua história (2017), instigam o imaginário infantil a explorar as provocações ficcionais instadas nas personalidades da guerreira Zula e da princesa Wambua. Essas duas personalidades expressam as habilidades e as consequências enfrentadas nos caminhos, nas trilhas dos espaços escolhidos dentro da aldeia. Nessas trilhas encontra-se a memória e as ações dos ancestrais sobre a aldeia (Rosy de Oliveira – Prefácio) O livro traz à tona algumas questões que achei importantes de serem tratados com o público infantil, tais questões não vêm apenas na figura da guerreira Zula, também observamos nos outros personagens, a princesa Wambua, a família de Zula, os pais da princesa e os conselheiros do rei. A princesa durante a história se apresenta como uma pessoa inconsequente, aquele tipo de pessoa que não pensa antes de agir, falar, e po

Salvador, cidade túmulo

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Não acreditem que isso seja um livro de contos. Aqui não tem história curta nenhuma, mas estertores da grande saga africana na América. Páginas onde o tempo nunca acaba porque é memória reboliça, inquieta, que fuça o futuro no colo da Vovó e encruzilhada as ruas de todo o livro com encanto e medo. “Salvador, cidade túmulo” é a recusa da paz dos cemitérios. Seus personagens, muitos realmente mortos no cotidiano colonial da primeira capital, são convocados à vista pela literatura e Hamilton. Trazem consigo a Liberdade, sua comunidade, o desejo e o amor, seus ancestrais, a amizade, a farra, o sorriso e a gozação, a ginga e a reza, um Curuzu desnudo na ternura dos que erigem acima das tumbas a renitência do povo negro (Luis Carlos de Alencar – Apresentação) Segundo o Atlas da Violência 2017, lançado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, mulheres, jovens e negros   de baixa escolaridade são as principais vítimas de morte

Bucala A pequena princesa do quilombo do cabula

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Bucala é uma linda princesa quilombola, ela mora com seus pais em um quilombo chamado cabula. A menina convive com os hábitos de seu povo e se diverte. (Sinopse do livro) A demarcação territorial feita no livro desde o título pra mim foi o que mais me marcou durante a leitura. Eu moro no Cabula e estudei na UNEB, quando descobri que este espaço tinha sido no passado um quilombo teve um efeito muito especial para mim, pois percebi que de alguma forma eu estava ligada pelo chão onde habito com o passado de resistência dos meus ancestrais. Em 2016 participei da formação de uma chapa para disputar o Centro Acadêmico (CA), o grupo acatou a sugestão de uma colega e denominamos a chapa de Quilombo do Urubu, ela fez essa sugestão pelo fato de estarmos estudando em uma universidade neste território, começamos a estudar sobre esse quilombo, sobre Zeferina e foi nesse período que conheci essa história, essa minha parte da história do passado que tentaram ao máximo esconder de mim, que t

Cartas Para a Minha Mãe

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No dia 25 de julho, Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha e o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra, fiz uma publicação citando os nomes de algumas escritoras negras latina americanas, não tinha citado Teresa Cárdenas, mas tive a oportunidade de ler dois livros desta escritora e fico imensamente feliz por ter conseguido ir um pouco além dentro da literatura negra, precisamos conhecer a literatura negra que está em todo o mundo, valorizar as nossas que estão em cada canto. Cartas para minha mãe foi o segundo livro de Teresa que li, o primeiro foi Cachorro velho, desde então já estava encantada com o modo de escrita de Teresa, com o modo que somos conduzidas pela história. São livros pequenos, com poucas páginas, mas que causam um efeito enorme em quem tá lendo, produz reflexões e inquietações em nossa mente. Como o próprio título diz uma filha escreve cartas para a sua mãe falecida, nessas cartas não tem a assinatura, por isso não sabemos o

Becos da memória - memória e oralidade

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Becos da memória é um dos mais importantes romances memorialistas da literatura contemporânea brasileira. Evaristo traduz, a partir de seus muitos personagens, a complexidade humana e os sentimentos profundos dos que enfrentam cotidianamente o desamparo, o preconceito, a fome e a miséria; dos que a cada dia têm a vida por um fio (Os editores - orelha do livro) Cada personagem no livro vai trazer à tona um tema diferente do outro, mas todos interligados, não apenas pelo mesmo local de moradia, pois todos moram na mesma favela que está sendo desocupada, eles trazem o elo de serem irmãos e irmãs, não de sangue, mas das memórias que carregam. Conceição utiliza bastante da memória e da oralidade neste livro, em especifico Maria-Nova vai tendo as suas memórias ativadas através da oralidade, cada história que ela escuta, seja de tio Totó, Maria-Velha, Bondade, cada fala faz com que ela resgate a sua ancestralidade e assim vai ficando mais nítido o que precisa fazer pelo seu povo

Conversas que tive comigo - Nelson Mandela

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Conversas que tive comigo presta ao mundo um grande serviço ao nos dar essa imagem de Mandela, o homem. Ao nos oferecer seus diários, cartas, discursos, entrevistas e outros documentos no curso de muitas décadas, nos dá um vislumbre da vida que Nelson Mandela viveu, desde as rotinas prosaicas que ajudavam a passar o tempo na prisão até as decisões que tomou como presidente. Aqui, o vemos como acadêmico e político, como homem de família e amigo, como líder visionário e pragmático. Mandela intitulou sua autobiografia Longo caminho para a liberdade. Agora este livro nos leva a recriar os vários passos, bem como os desvios, dados nesse caminho (Barack Obama - Prefácio) Nessa resenha não vou me prender a falar sobre o Nelson Mandela que todo mundo já conhece, pretendo falar sobre o que me surpreendeu e acredito que também vai surpreender vocês, depois de tanto ouvir falar, fazer trabalhos pra escola, assistir os filmes, conhecer um outro lado desse ícone foi algo muito fantástico.