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Mostrando postagens de abril, 2019

Sankofia - Breves histórias sobre afrofuturismo

Sankofia foi o primeiro livro que li sabendo que era sobre afrofuturismo, porém não foi o primeiro livro afrofuturista que li. Esse termo pra mim não era desconhecido, mas sabia bem pouco sobre, acompanho pelas redes sociais o escritor Fábio Kabral que atua nessa vertente, me sentia instigada a conhecer mais sobre esse mundo, poder de alguma forma também fazer parte, no entanto o tempo que não sabemos administrar nos envolve e não conseguimos dar conta de tudo que queremos, até que esse livro Sankofia chegou em minhas mãos. Luciene Ernesto ou Lu Ain-Zaila escreveu um dos melhores livros que eu já li, com toda certeza está na minha lista de livros preferidos. A minha relação com o livro não é somente com a história contada, mas envolve a capa, a introdução, os desenhos, tudo que compõe o livro, e com esse livro foi assim, desde antes das histórias já estava muito envolvida com o livro em si. Acredito que a escritora tendo noção de que este termo afrofuturismo não é de conhec

Igbo e as princesas

Igbo e as princesas foi o segundo livro que li do escritor Marcos Cajé, o diferencial das obras infantis de Cajé é que este nos leva para o continente Africano em especifico a Nigéria, algo que acho fantástico. Logo no início da história ele teve a preocupação de localizar geograficamente a aldeia que seria retratada, isso é muito bom, pois ajuda na construção da identidade negra para as crianças, compreender que África é um continente composto por várias nações. A aldeia era chefiada por um rei, rei Jaha, porém a rainha durante todo o livro apresenta um papel muito importante, ela não está na relação de conselheiros nem de ministros, mas as opiniões dela são sempre acatadas pelo seu esposo, sabemos que se tratando de uma aldeia no período antigo uma mulher não poderia chefiar, também não desempenhavam papéis na organização da aldeia, mas neste livro Cajé traz um destaque para a rainha. O rei em um determinado momento precisa partir para a floresta e durante seu percurso pass

Insubmissas lágrimas de mulheres

Insubmissas lágrimas de mulheres foi o quarto livro que li de Conceição Evaristo, como sempre terminei muito rápido, li em dois dias, não sei o que acontece, Conceição escreve de um jeito que prende completamente, não importa mais nada da vida, apenas terminar a leitura do livro, e quando acaba tem aquela sensação e tristeza e de quero mais, então nos deixa loucos para querer conseguir ler o próximo livro. Mais uma vez Conceição trouxe a tona toda a questão e subjetividade do nome, eu sempre lembro de Lélia Gonzalez nesse quesito quando ela disse “negro tem que ter nome e sobrenome, senão os brancos arranjam um apelido qualquer ... ao gosto deles”, esse significado do nome esteve muito forte no livro Ponciá Vivêncio, mas dessa vez Conceição foi além, escreveu de forma muito enegrecida e explicita as escrevivências que cada nome carrega, aquilo que se mostra para todos e também o que se mostra apenas para pessoas intimas, ela nos mostrou todos esses detalhes. Algo que achei en

Para Educar Crianças Feministas - Um Manifesto

Para educar crianças feministas é o terceiro livro de Chimamanda que termino a leitura, ainda não terminei de ler o livro No Seu Pescoço (sem julgamentos pessoal rsrs), de todos os livros percebo e fico muito contente de ver que tem uma linguagem muito acessível, essa é uma das coisas que mais me encanta no movimento que Chimamanda faz, tornar acessível para as pessoas que não estão engajadas em nenhum movimento social o que é debatido nos movimentos. Eu sempre gosto de pontuar isso, a forma que nos comunicamos para além dos nossos coleguinhas militantes, existem muitos termos comuns as pessoas militantes que são completamente desconhecidas para a população de uma forma geral, somente a palavra feminismo assusta muita gente, foi imposta estrategicamente uma carga muito negativa a essa palavra e ao movimento feminista, isso afasta muitas mulheres que não se enxergam nessa luta. E pessoas como Chimamanda, trazem à tona essa necessidade de que precisamos mudar o modo que nos com

Literatura Infantil: 5 escritores negros baianos

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Nesse mês de abril temos duas datas importantes para a literatura infantil, 2 de abril - Dia Internacional do Livro Infantil e 18 de abril - Dia Nacional do Livro Infantil, ambas as datas são em homenagens a homens e nem preciso dizer que são homens brancos, pra mim o dia 18 de abril é o pior porque homenageia o racista escritor Monteiro Lobato. Se vocês são pessoas que tem uma percepção racial sobre as situações já deve ter percebido que todas as datas consideradas importantes são sempre em homenagens a homens brancos, sempre esse mais do mesmo. Hoje não vou me prender na explicação das datas, decidi ir além, criei uma lista com 5 nomes de escritores e escritoras baianas presentes na literatura negra infantil. Muitos dos livros já têm a resenha aqui no blog, então vocês podem conferir a lista e também as resenhas. Ano passado (2018) li o livro Luana e as sementes de Zumbi do escritor Aroldo Macedo, esse foi o primeiro livro que eu li de literatura infantil que a protagonista era