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Mostrando postagens de janeiro, 2021

Eu destilo melanina e mel

Upile Chisala foi uma bonita descoberta de 2020, já tinha visto a capa do livro, sabia que era de poesias, mas quando o livro chegou aqui em casa e comecei a ler foi uma linda, lindíssima descoberta a escrita de Chisala. Durante toda a leitura me lembrei de várias outras poetas que tem seus poemas nesse mesmo estilo, as principais foram Ryane Leão e Rupi Kaur. Ryane é brasileira, Rupy é indiana, e Chisala é de Malawi (um país Africano), isso significa que nós mulheres temos conexões que superam as fronteiras terrestres, existe a dor do machismo, do patriarcado que está presente em qualquer país, mas também existe a força, esperança, luta e amor que une essas mulheres, cada uma em seu país compartilhando a suas palavras poéticas para nós leitoras. Chisala faz algumas divisões em seus livros, reuni poemas que apresentam o mesmo elo temático em partes, ela começa com poesias que falam sobre a cor da pele, não poderia ter começado melhor, são poemas de acalanto e de abraço, sentimos qu

Fique comigo

Posso resumir a história com uma única palavra - surpreendente, nada é previsível na trama escrita pro Ayòbámi, quando achamos que sabemos o que vai acontecer ela vai lá e nos prega uma peça, apresenta uma outra narrativa, uma escrita completamente envolvente que te faz ficar pressa desejando saber o que vai acontecer. É simplesmente surpreendente do início ao fim. Ayòbàmi começa invertendo o tempo, nos conta um pouco do presente e logo volta ao passado repassando toda a história de Akin e Yejide. Estes eram casados e não conseguiam ter filhos, isso atormentava por demais o casal e principalmente a mãe de Akin. A pessoa que era culpabilidade pelo fracasso de ter um filho era Yejide, e como solução era preciso que Akin tivesse outra esposa, algo natural na sua cultura. Porém isso aumenta os problemas na relação do casal, dentre um deles é que a segunda esposa consegue descobrir o real motivo de Yejide não engravidar. O ciúmes, a disputa pela atenção de Akin, a pressão para que a seg

Minha história

O livro não é uma leitura fluida, não por ter algum conteúdo acadêmico ou formal, mas por ser um pouco cansativo em determinado momento. Chega uma parte da história, em especial quando Michelle está como primeira dama enquanto ela cuida da horta na casa presidencial que o assunto se repete demais, e você acaba querendo ver bem mais da história, porém fica na mesma narrativa, isso é meio desanimador, mas não tira o encanto que é a autobiografia de Michelle Obama. A história de Michelle antes de ser primeira dama, antes de conhecer Barack Obama, foi o que mais me chamou a atenção. Sobre o cargo primeira dama o que mais me interessou foram os momentos de disputa eleitoral, da campanha, quando Michelle assumiu um papel que nunca tinha sido visto antes, foi algo inusitado e que fez com que ela sofresse muitos ataques racistas e machistas, mas que no fim ela conseguiu com toda classe e muita ajuda se sobrepor a isso. Me reconheci em algumas das características de Michelle, ser determinad