Luana e as sementes de Zumbi – A importância da representatividade na infância
"Luana é a primeira
heroína infantil afro-brasileira de nosso país. Somente este fato já seria
relevante, se ela não tivesse também outros predicados. Luana tem 8 anos, joga capoeira
como ninguém, adora estudar, ler livros interessantes e, o mais legal, possui
um berimbau mágico." (Sinopse do livro)
Luana foi o primeiro
livro infantil que li no qual a protagonista é uma menina negra, lembro que
na minha infância li o livro Moça bonita do laço de fita, na escola onde
estudava teve a dramatização desse livro, mas ao ler Luana reparei melhor nessa história e percebi que o
protagonista do livro é o coelho branco, não a moça bonita do laço de fita, que
por sinal, qual o nome dela? Não lembro se na história diz o nome da moça bonita
do laço de fita.
Durante a minha infância li
vários livros infantis, todos sugeridos pela escola, tenho alguns desses aqui em
casa até hoje, em nenhum deles tem uma personagem negra, os livros tratam sobre
bullying, sobre aceitar a diferença, sobre envelhecer, sobre meninas que não seguem as regras da sociedade, são temas bastante interessantes, mas
nenhum deles traz à tona o debate racial.
Luana é uma história
muito, mais muito fofa, Luana em si é uma personagem adorável, ter lido essa
história aos 24 anos foi uma experiência encantadora, mas espero que as crianças
possam ler esse livro durante a sua infância, que elas não tenham essa trajetória que eu tive de ter
lido só aos 24 anos, que elas se reconheçam nos livros infantis e possam
crescer empoderadas e representadas.
Por causa do berimbau
Luana faz viagem atemporais, neste livro em especifico ela foi ao passado e se
encontrou com Zumbi. Ela recebeu uma missão muito importante, Luana se tornou
uma semente, ela e outras crianças do quilombo do Palmares se tornaram sementes
que iriam florescer e propagar a cultura e história do povo negro. Essa é uma
missão dentro da história e também fora dela, cada criança ao ler Luana
torna-se uma semente junto com ela.
“Depois, uma a uma vai
reaparecendo em um ponto desse imenso Brasil: uma em Oriximiná, no Pará, outra
no Rio das Rãs, na Bahia, outra no Ivaporunduva, no Vale do Ribeira, em São
Paulo...e também uma no Kalungas, em Goiás, outra na Serra Talhada, na Paraíba,
uma na Vila Nova da Santíssima Trindade, no Mato Grosso, e por aí afora...”
O livro tem algo a mais
que me fez fica bem surpresa e contente, no final do livro tem curiosidades, minivocabulário, trechos falando sobre o quilombo Palmares, coisas que para uma
criança são bem interessantes. Depois de conhecer um pouco da história
do povo negro de forma lúdica ela conhece essa mesma história de modo mais
formal. Quero também dizer que a ilustrações da história são belíssimas.
Quem me emprestou esse livro foi minha paciente, ela recebeu esse livro da escola municipal, olha que coisa boa, uma escola municipal tem entre os livros a ser trabalhados uma história com uma personagem negra.
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