Brincando de antigamente



O livro brincando de antigamente foi uma surpresa maravilhosa, até então a melhor surpresa de 2020, ele foi recomendado pela psicóloga Emília, ela fez uma publicação falando sobre a obra e me marcou por saber do trabalho que faço divulgando a literatura negra, eu e Emília fizemos em 2019 um curso sobre saúde da população negra. Assim a escritora Fabíola Cunha me presenteou com o livro e dois brinquedos.

Começo dizendo que o livro é fofo demais, extremamente fofo, a história e ilustrações são muito lindas, além disso os brinquedos feitos a mão são super bonitos e bastante nostálgicos por lembrar de uma infância de muita felicidade. Em tempos que as crianças e adolescentes estão se arriscando com brincadeiras de rasteira, livros que compartilham brincadeiras saudáveis são extremamente necessários.

Além de apresentar outras brincadeiras para as crianças a história faz uma crítica ao modo como as crianças estão brincando nos dias de hoje, todas muito tecnológicas esquecendo do contato e socialização com o outro, se veem e se falam através do celular, tablet ou computador, não estão mais nas ruas correndo e próximos um do outro.

Muitos estudos já vêm demonstrando como isso afeta o desenvolvimento infantil, como traz repercussões negativas para o desenvolvimento intelectual, físico e emocional das crianças. Mariana a criança protagonista da história é dessas crianças que são saem sem o tablet, porém acontece algo terrível, o tablet para de funcionar e ela fica perdida sem saber como é que vai brincar durante o final de semana.

 Aqui a escritora apresenta outro aspecto muito importante, mostra como aprendemos com os mais velhos, mostra como esses adquirem sabedoria com o passar do tempo e sempre utilizam quando necessário, e só por meio do respeito aos mais velho que nós mais novos conseguimos aprender com os ensinamentos deles.

A doce vovó de Mariana a ajuda nessa complicada situação, apresenta para ela inúmeros outros brinquedos muito divertidos que a faz esquecer rapidamente do tablet sem funcionar, assim Mariana logo está brincando com outras crianças e sendo feliz ao ar livre.

Além da crítica ao modo que as crianças brincam hoje, a escritora fala sobre como os adultos perdem a criatividade, imaginação, vão ficando engessados e acabam por não permitir a ludicidade as crianças, fato que em muitos locais brincar na rua é algo muito perigoso, porém além disso os adultos assumem toda a seriedade da vida e isso reflete nas crianças que ficam somente em playground ou nos apartamentos.

Todos os adultos precisam reaprender a brincar, voltar a despertar a imaginação, criatividade e ousadia, super recomendo que assistam o documentário Traja branca e claro leiam o livro Brincando e antigamente.

Inclusive preciso dizer que deu a maior vontade de comer bolo de cenoura com calda de chocolate e só quem ler a história vai entender o porquê disso rsrsrsrs

Junto com o livro veio dois brinquedos, 1 jogo da velha e 1 jogo das cinco marias, nos jogos vem o passo a passo de como pode brincar, vou colocar aqui a descrição e divirtam-se:

Jogo da velha: cada jogador, em sua vez, coloca uma peça em uma casa vazia e tenta impedir que o outro jogador complete 3 casas em sequência na mesma linha. Ganha quem completar primeiro uma fileira.

Jogo das cinco marias: lance os saquinhos para o alto e deixe-os onde caírem, escolha um dos saquinhos lançando-o para cima, recolha um saquinho do chão com a mesma mão e pegue o que foi lançado ainda no ar, aumente o número de saquinhos recolhidos na próxima rodada.


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