Makeba vai à escola
Makeba é o segundo
livro infantil da escritora Ana Fátima que leio, o primeiro foi As tranças de
minha mãe que inclusive já tem a resenha aqui no blog.
Eu não li sozinha
o livro Makeba vai à escola, levei pros meus atendimentos e também emprestei,
quando o livro é maravilhoso fazemos questão de que todo mundo possa ler.
Posso dizer por
meus pacientes que Makeba fez o maior sucesso, primeiro por causa do nome, eles
logo me perguntavam de onde vinha esse nome estranho pra eles, eu que não sou
besta jogava na internet e juntos descobrimos que foi o nome de uma cantora
sul-africana, mas também dizia “Quando encontrar a escritora pergunto sobre a
escolha do nome e digo pra vocês”, tive a oportunidade de encontrar a escritora
e logo perguntei sobre o nome, ela respondeu que era também por conta dessa
escritora e para valorizar nomes de origem africanas.
Passada a
curiosidade do nome podíamos ler a história, mas logo vinha outra surpresa, era
o pai que penteava o cabelo da filha, mas quem faz isso não é a mãe? Então
parávamos a história e conversávamos sobre a importância da participação do pai
na criação dos filhos, de que pentear cabelo não é obrigação só da mãe, eles
perguntavam onde tava a mãe na história e respondia que tínhamos que terminar
de ler para saber sobre isso.
Esse aspecto de
mudar os focos socialmente aceitos nas histórias infantis já é de se esperar da
escritora, no livro As tranças de minha mãe o personagem principal é um menino,
algo bem diferente do convencional, quase todas as histórias a personagem de
livros infantis são meninas, então não é novidade essa grande sacada da
escritora de proporcionar esse estranhamento para um novo aprendizado dos que
leem suas histórias.
Continuava a leitura
e as imagens belíssimas chamavam a atenção, as partes em inglês chamavam a
atenção, toda a história chamava a atenção, por fim conversávamos sobre a
possibilidade de fazer novos amigos na escola, de aceitar o diferente, seja
usando vestido de chita e laço de fita, seja da forma que eles que escutaram a
história são.
Como estava
utilizando o livro como estratégia terapêutica trabalhava com eles outros
aspectos da área da linguagem, um deles era o reconto da história, e todos eles
davam um show de bola, como a história não é tão longa eles conseguiam captar
todo o conteúdo e dizer cada um a seu modo, então pedagogas, fonoaudiólogas,
contadoras de história tá mais do que recomendado utilizar Makeba vai à escola.
Também fiquem
ligado nas redes sociais da escritora para saber de suas outras produções literárias,
Ana Fátima escreve poesias e já tem publicado um livro individual, além de várias
participações em antologias, por enquanto aguardarmos seu próximo livro de
literatura negra infantil.
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