A terra partida - O céu de pedra (vol. 3)

 

E aqui estamos com o último volume da trilogia A terra partida, confesso que fiquei com muita saudade de Alabaster, adoraria saber sua opinião sobre os acontecimentos e escolhas de Essun, apesar dessa falta que senti eu adorei a finalização da história e de como o livro foi potente e envolvente do início ao fim.

Como disse na resenha do segundo volume Schaffa realmente me surpreendeu e de fato existiu a sua regeneração, no terceiro volume conseguimos ver melhor como ele estava mesmo disposto a lutar contra o sistema que lhe incumbiu um certo tipo de comportamento, demonstrando que mesmo o sistema criando estereótipos e designando para as pessoas, essas pessoas podem sim desconstruir tais estereótipos e ainda lutar contra eles, contudo não significa que não vá doer, toda mudança produz certo sofrimento ainda mais quando são mudanças estruturais.

Nesse volume enfim tivemos o reencontro de Nassun e Essun e que encontro meu deus, não estava preparada para toda disputa que ocorreu, do amor de Essun por sua filha já sabíamos e esperava exatamente o que aconteceu, que ela conseguisse escolher sua filha ao invés de si mesma ou da humanidade, não duvidamos do amor de uma mãe, mas Nassun ainda duvidava do amor de sua mãe e de certa forma é possível entender esse pensamento de Nassun, principalmente pela competente narração de Hoa ou o seu outro nome Houwha, mas vamos ficar com Hoa, pois o mesmo prefere esse.

Gosto muito de como a literatura negra consegue partir de uma outra perspectiva de visão e entendimento de mundo, bem diferente do que encontramos no sistema que rege o mundo ocidental. Um sentimento foi apresentado durante a história, na verdade durante todos os três livros, mas nesse volume ficou em maior evidência, esse sentimento foi o amor, não estamos falando desse amor romântico falido da disney, estamos falando do afeto que existe nas relações de amizade, mãe e filho, na comunidade, nas famílias que não são de sangue, entre irmãos, esse afeto que não vive somente do que é considerado bom, mas entende também suas partes não tão bonitas assim.

Bom, além da história gosto muito de observar como o livro se apresenta, da mesma forma que na resenha do primeiro volume falei sobre os apêndices, neste terceiro volume temos o agradecimento de N. K. Jemisin, a nota editorial, e o discurso que ela proferiu na cerimonia de premiação do Hugo WorldCon de 2018, todos esses textos foram importantes tanto quanto a história, em especial o discurso de N. K. Jemisin impacta igualmente a história de Essun.

Como a própria N. K. Jemisin mencionou a música de Kendrick Lamar no seu discurso e escolheu o refrão, agora escolho um outro trecho para resumir toda a trilogia A terra partida “Amor, vamos falar sobre o amor, Ele é tudo que você esperava e mais um pouco?, Ou esse sentimento te assusta?, Eu sei o sentimento que te assusta”.

É isso, leiam N. K. Jemisin, leiam mulheres negras, leiam literatura negra.

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